
30/01/2015 – A Polícia Federal levou dez meses para identificar de que forma atuava cada integrante da quadrilha que operava o tráfico internacional de drogas e que foi desmontada pela Operação Soberba”, deflagrada na manhã de quinta-feira (29).
As peças fundamentais para o funcionamento do esquema, segundo a PF, eram dois cuiabanos: a advogada Janaína Barreto Passadore e o doleiro Marson Antônio da Silva.
O delegado Marco Aurélio Fávari, um dos responsáveis pela operação, informou ao MidiaNews que Marson, por ter influência no mundo financeiro, era o responsável por conseguir meios para que o dinheiro dos traficantes brasileiros atravessasse a fronteira e chegasse até os traficantes bolivianos, e vice e versa.
“Os traficantes daqui e de lá tinham dificuldade em levar o dinheiro para além da fronteira. Então, eles contrataram o doleiro, que recebia o dinheiro do traficante brasileiro e fazia com que, por meios operacionais, o traficante lá na Bolívia conseguisse receber o montante”, explicou o delegado.
Quanto a Janaína Barreto Passadore, segundo a Polícia Federal, ela teria excedido o papel de advogada do grupo criminoso e se aproveitado das informações privilegiadas, que obtinha como operadora do Direito, para beneficiar e informar os traficantes.
Teria, inclusive, auxiliado os criminosos a confeccionar documentações falsas para conseguirem escapar das ações de Inteligências da Polícia Federal. “Os traficantes daqui e de lá tinham dificuldade em levar o dinheiro para além da fronteira. Então, eles contrataram o doleiro, que recebia o dinheiro do traficante brasileiro e fazia com que, por meios operacionais, o traficante lá na Bolívia conseguisse receber o montante”
“Ela ajudou traficantes até a falsificarem documentos. Por ter trânsito em repartições, ela identificava placas de veículos usados pela Polícia e passava aos criminosos. Extrapolou o seu papel como advogada”, disse o delegado Fávari.
Cerca de 150 policiais participaram da Operação Soberba em várias parte do Brasil, com desdobramentos em Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo.
Do total, 40 agentes concentraram esforços somente no Estado.
Operação
A operação foi deflagrada pela PF no início da manhã de quinta-feira, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada à prática do tráfico internacional de cocaína.
Segundo a PF, a quadrilha era financiada pelo doleiro, com o suporte da advogada.
As investigações se iniciaram há aproximadamente um ano e estavam baseadas em Cuiabá e Várzea Grande.
Foram apreendidos 218 quilos de pasta base de cocaína, além de um quilo de cloridrato de cocaína, 195 mil dólares, R$ 34 mil, além de diversos veículos.
A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de contas bancárias utilizadas pelos investigados, além do sequestro de bens.
Segundo a Polícia Federal, o nome da operação se deve à postura dos investigados, com ostentação perante a sociedade e crença na impunidade.
POR PRISCILLA VILELA DO MIDIANEWS