
A divulgação dos grampos telefônicos feitos pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), onde mostram conversas entre o desembargador Marcos Machado e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), refletem a independência do Ministério Público Estadual (MPE), sob a titularidade do procurador-geral de Justiça Paulo Prado.
Isso porque Marcos Machado exerce a função de desembargador a partir do quinto constitucional destinado ao MPE. Antes de ir para o Judiciário, Machado exerceu o cargo de promotor de Justiça e também já foi secretário de Administração e Meio Ambiente na gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR).
Polêmico, Machado divide opiniões. Por um lado é tido como “linha dura”, mas, por outro, é considerado “político”. Age, nos bastidores, por amigos e colegas de toga. Foi assim com Silval Barbosa, quem o nomeou desembargador a partir de uma listra tríplice enviada pelo MP após eleições internas.
De qualquer forma, o fato mostra que o MP não está disposto a “alisar” ninguém, nem seus próprios pares.
Nos bastidores, todavia, comenta-se que o grampo foi vazado à emissora afiliada da Rede Globo com o objetivo de provocar a suspeição do magistrado, que compõe a Segunda Câmara Criminal do TJ, que deve julgar pedidos de Habeas Corpus nos envolvidos na Operação Sodoma. O HC de Silval Barbosa, por exemplo, caiu para o desembargador Alberto Ferreira de Souza.POR ALEXANDRE APRÁ E REDAÇÃO JA