
A Cooperativa de Crédito Rural de Primavera do Leste (PrimaCred) foi uma das beneficiadas com depósitos feitos pelo advogado Joaquim Mielli Camargo, epicentro e delator do suposto esquema que desviou R$ 9,4 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Segundo ele, por indicação do ex-deputado José Riva, foram transferidos R$ 550 mil à cooperativa. As investigações apuram se a cooperativa tem ligação com algum deputado estadual.
A PrimaCred é presidida Jorge Francisco Mira, que atuou de 1973 a 1987 no banco Bamerindus.
Ele gerenciou a agência da instituição em Primavera do Leste. O depósito foi feito em 24 de fevereiro de 2014.
O Bamerindus, extinto em 1997 e adquirido pelo HSBC, era o banco credor dos R$ 9,4 milhões pagos pela Assembleia Legislativa a Camargo, no início de 2014, cuja investigação originou a Operação Ventríloquo, do Ministério Público Estadual (MPE).
Camargo recebeu o valor de R$ 9,4 milhões referente a uma dívida da Assembleia com o extinto Bamerindus, depois incorporado pelo HSBC.
O pagamento foi feito em três parcelas de R$ 3 milhões, mais R$ 400 mil referente a correção monetária, autorizados pela Mesa Diretora, presidida pelos deputados Romoaldo Júnior (PMDB) e Mauro Savi (PR).
A autorização para o repasse de R$ 550 mil foi assinada pelo advogado Julio Cesar Rodrigues, apontado como o lobista que intermediou o alegado esquema. Por LUCAS RODRIGUES