
Fibromialgia: Mais de 82 mil pessoas que vivem em Mato Grosso – 90% das quais,
mulheres – sofrem por sentir dor maior do que o normal em seu corpo por causa
do funcionamento irregular do sistema de percepção a esse sofrimento físico. O
mal que atinge 5,1 milhões de pessoas no país tem nome – Fibromialgia, mas a
medicina não sabe ao certo o que o provoca. Apenas, o distingue como “doença
neurológica e não psicossomática”.
Pesquisa do Instituto Harris Interactive, encomendada pela multinacional
farmacêutica Pfizer – no Brasil, México e Venezuela – aumentou a preocupação
sobre o assunto. O resultado mostrou que 75,3% dos pacientes entrevistados
nunca tinham ouvido falar da doença até que receberam o diagnóstico. Pelo
menos, 2,5% da população brasileira sofre com a Fibromialgia, que permanece
desconhecida para a maior parte das pessoas.
O que tornou esse cenário mais nebuloso foi o revelado pelo
reumatologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do
Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Entre os
médicos brasileiros ouvidos em pesquisa – 77% dos clínicos gerais e 84% dos
reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor – disseram que
a enfermidade não é muito conhecida, até mesmo dentro da própria categoria.
Em Mato Grosso, o Projeto de Lei nº 56/2014, do deputado Wagner
Ramos (PR), tenta reverter esse quadro. Ele cria o Dia Estadual de
Conscientização sobre a Fibromialgia, a ser celebrado anualmente em 12 de
maio. A matéria já teve sua tramitação finalizada na Assembleia Legislativa e
aguarda confirmação do governo sobre sua aprovação.
“Entender a Fibromialgia vai amenizar o sofrimento de milhares de
pessoas que vivem em Mato Grosso e têm sua dor desconsiderada pela falta de
conhecimento. E também conviverão com menos preconceito”, observou
Wagner.
O principal objetivo do republicano é estimular o debate em torno da
doença e os assuntos relacionados a ela. Também, gerar troca de experiências e
informações sobre o tema entre profissionais, pacientes e a sociedade.
Finalmente, também abrir espaço para que os profissionais ligados à área da
saúde – no estado – apresentem novos estudos e pesquisas sobre a Fibromialgia.